quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Bilhete

Estou sentada bem próxima ao seu carro - está bem frio, e talvez chova em alguns minutos.
Quando me vir, por favor, ofereça carona - e, quem sabe, uma blusa.
E se eu disser não - eu sei que vou acabar por dizer - finja que não ouviu.
Hoje eu preciso de você.
Hoje eu preciso me sentir cuidada.
Porque amanhã... Bem, amanhã vai ser o dia de cuidar.
Cuidar desse coração quebrado.


de: Sua garota


Por Jenifer Lima


- esse veio no bloco de notas do celular antes do curso de ingles, mas acabei por me apegar a ele, e estou considerando tranformar em uma série de bilhetes -

Pedido

Que tudo isso seja amor

E, por favor, que não envelheça
Que tenha encontrado a fonte de juventude eterna
Dispenso qualquer drama comum que apareça
Não pode ser uma novela

Que seja só eu e você
Não como o protagonista
Como aquele casal que ninguém vê
Para que não se torne fútil capa de revista

O meu desejo é que seja discreto
Quieto
Que passe bem longe do ócio
Que seja só meu,
Seu,
Totalmente nosso.


Por Jenifer Lima


- bem, esse daí faz bastante tempo que escrevi... Acho que é o desejo de todo mundo, mas a gente acaba caindo de para-quedas no amor, e quando vê já nem tem mais nada. -

Beijo de despedida

Era uma mulher bonita - daquelas de suspender respirações; realizada; e dona do próprio nariz. Podia trabalhar em qualquer lugar, usando a roupa que quisesse - e disso ela abusava, como naquele momento, com um vestido preto de festa e lábios provocantemente vermelhos. Os olhos misteriosos deixavam claro que quanto mais dramático fosse, melhor seria sua atuação. E ali, na Praça Dom Felipe, em plena tarde de segunda-feira, ela iniciava mais um dia de trabalho.
Olhando ao redor, ela viu um senhor sentado num banco da praça com um jogo de xadrez logo à frente de si. Ele tinha aquele charme que só alguns fios de cabelos brancos podem dar, era sim meio barrigudo, essa coisa da meia-idade, mas, de qualquer forma, para o que ela queria, isso pouco importava, então resolveu ir até ele.
- Que tal uma companhia para jogar? - ofereceu sem sequer titubear. Confiante.
- Não, obrigado. Eu espero um amigo - respondeu escondendo o real motivo: nunca se diz sim para uma bela mulher desconhecida, você pode acabar morto, casado ou pobre. Trocando em miúdos, medroso.
A moça se retirou e sentou-se num banco logo ao lado. Não demorou muito para o outro senhor chegar. O tal amigo esperado. Era menos barrigudo e de sorriso mais espontâneo, merecia uma atenção maior.
Os dois senhores trocaram cumprimentos e começaram a jogar presos em sua rotina de toda seguna-feira, enquanto a mulher arrumava-se no banco de forma que pudesse ouvir a conversa.
- A praça anda bem frequentada - comentou o recém-chegado.
- O governo tem feito um bom trabalho e...
- Ora, Márcio, eu estou falando na moça aqui ao lado - mumurou rindo do amigo.
Sem nem disfarçar, ela olhou-o dos pés à cabeça mexendo no cabelo. Maldita seja essa mania feminina.
- Então você também a notou? - sussurrou o tal Márcio.
- Claro, eu sou casado, não cego - confirmou com um sorriso dançando nos lábios.
Então ele é casado, pensou a mulher. Realmente importava se, no fim das contas, tudo resultaria nas lágrimas de uma esposa mal-arrumada? Nem um pouco. Na verdade, para ela, até deixava a história mais interessante.
- Ela me parece meio estranha...
- Xeque! Desculpe, o que você disse?
- Bem, nada. Eu vou mover o bispo.
O jogo continuou e a conversa foi passeando por vários assuntos: a gripe do filho mais novo; o futebol da quarta-feira passada; o vizinho sem escrúpulos que se envolvera num acidente de carro; o feriado de finados no dia seguinte.
- Eu vou levar flores para a minha mãe, se fosse eu, gostaria que alguém me visitasse no dia de finados - dizia Márcio.
- Ah, faça-me o favor! Ela está morta e, ainda por cima, cheirando mal! Você acredita em cada coisa... - Pedro ria e a mulher não pode deixar de revirar os olhos por ele ser tão incrédulo.
- Não é que eu não acredite, é mais como uma precaução, se for verdade, eu estou com as contas em dia...
- Tudo bem, mas você acaba de perder um cavalo!
Já no fim da tarde, o jogo acaba com Pedro vitorioso.
- Você, como perdedor, pode me dar uma carona pra casa?
- Próxima semana eu reverto essa situação e sim, eu posso levá-lo para casa depois de buscar meu filho na escola...
A moça se levantou e foi tão levemente até o banco onde os senhores conversavam que eles só perceberam quando ela pigarreou e começou a falar numa voz macia:
- Desculpe ter ouvido parte da conversa, mas eu achei por bem vir oferecer uma carona - sorriu para Pedro, que parecia surpreso.
- Ah, seria ótimo, não é, Márcio? - o pobre Márcio só pode abaixar a cabeça e guardar o jogo, não queria se envolver na possível aventura do amigo.
- Eu vou buscar o carro
Assim que a mulher saiu, Márcio começou a falar:
- Eu não acho que seja uma boa ideia, Pedro!
- Como não? Menos trabalho para você...
- Você nem a conhece!
- É só uma carona!
- Não se faça de sonso, eu não sou idiota. Você sabe muito bem o que eu penso sobre isso...
- O quê? Morto, casado ou pobre? Você diz isso desde os tempos de ginásio - Pedro ria descrente - Casado e pobre eu já sou, ser morto não está nos meus planos, então não há com o que se preocupar!
- Faça da sua vida o que quiser, eu vou embora - Márcio saiu sem nem despedir-se.
Ao entrar no carro, Pedro disse seu endereço e logo puxou conversa.
- Será que amanhã vai chover? É quase uma tradição de dia de finados...
- Com certeza vai, para deixar o dia mais... morto - disse gargallhando com um humor negro característico.
- Será que eu posso saber seu nome?
- Você vai saber meu nome logo, logo, Pedro - ela disse com um sorriso nada dócil.
- Isso não é naa justo...
- A vida nunca é.
O carro estacionou em frente à sua casa aparentemente vazia e Pedro finalmente admitiu para si que Márcio estava certo, ele não deveria ter entrado naquele carro.
- Obrigado pela carona, mas eu preciso ir agora - falou sinalizando que já não queria mais ir além.
- É, Pedro, você precisa ir - a mulher parecia calma, a voz sem um pingo de desapontamento e ele estranhou.
- Então, até mais.
- Espere - ela se aproximou o quanto pode do banco do carona e selou rapidamente os lábios nos de Pedro. Um beijo gelado em pleno verão - Até daqui a pouco.
Pedro saiu do carro olhando ao redor para ver se nenhum vizinho havia presenciado a cena, aquilo havia sido um erro, um terrível erro. Quando o carro finalmente sumiu de sua visão, ele entrou em casa chamando pela esposa enquando limpava a possível marca de batom que deveria ter ficado em sua boca. O alívio veio ao perceber que a casa estava vazia. Sua esposa nunca o perdoaria se soubesse o que acontecera. Para desviar os pensamentos quee teimavam em continuar dentro daquele carro, ele ligou a televisão e foi certificar-se que não havia nenhuma mancha ou cheiro que o denunciasse. Ao parar em frente ao espelho, ele não viu relfexo algum, exceto de alguns móveis do quarto.
- O que raios está acontecendo? - ele esbraveja.
- Um senho acaba de ser encontrado morto na Rua Doutor Faustino - a repórter do plantão de notícias fala na televisão e ele fica surpreso, aquela é a sua rua. Lentamente ele se afasta do espelho em direção à sala e contempla na tela da TV seu próprio corpo inerte, na calçada em frente à sua casa, com alguns médicos ao redor.
- Não... É impossível... Eu não posso estar... Não! Como? Quem? - Ele volta para o espelho, batendo os punhos contra ele ao ver que nada mudara e logo se lembra claramente do rosto do seu amigo ainda jovem dizendo:
- Nunca se diz sim para uma bela mulher desconhecida, Pedro, você pode acabar morto...
A gargalhada da mulher parece ecoar de cada canto da casa e ele, amedrontado, tapa os ouvidos inutilmente. Era esse o nome dela, então? Sombria, sedutora e assustadoramente fria. A descrição se encaixava fielmente. Seus dedos passam por seus próprios lábios e ele se lembra do beijo. Desgraçada! Como pode ter-lhe roubado a vida em um simples beijo?
- Por quê? - ele grita sem esperar pela resposta que veio sem demora.
- Não dá pra ser dia de finados, se não tem um morto - a voz macia como veludo negro diz e ele procura aterrorizado de onde ela vem, mas todas as luzes de apagam no mesmo instante em que ele perde os sentidos.
- Muito prazer, Pedro, meu nome é Morte!


Por Jenifer Lima


- Eu sei que o post é enorme e eu considerei não publicá-lo, maaaas, eu realmente gostei dele! E ele surgiu um pouco... forçado. Meu professor de português (e abro parenteses pra dizer que já estou nostálgica por ter terminado o terceirão!) nos deu um tema muito vago e nos mandou criar um conto e declamá-lo logo três dias depois. Então após algumas ideias das minhas amigas e da minha irmã, eu me tranquei no quarto por dois dias e escrevi isso tudo! Então, é isso, espero que tenham gostado deste conto de finados -

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Vou me expor

Sim, vou dizer sobre o que  penso
Sem me passar por alguém
Sem me esconder em expressões assexuadas
Receosa, mas já sem querer desistir
Então, muito prazer
Sou aquela impulsiva
E, ainda que errante, decidida.
Falando nisso...
Decididamente eu me incomodo
Não gosto de ser tratada como uma qualquer
Eu não sou como a maioria
Pensando bem, eu sou mesmo é bem diferente
Quase o inverso.
Reconheça
E use sua criatividade
Mesmo que seja pra dizer a mesma coisa
Mas molde a mim suas palavras
Molde você a minha forma
Única
Que não,
Você não vai encontrar igual
Em lugar algum.

Por Carolina Prado


-Eu sei que as pessoas vibram quando mostramos algo que realmente faz parte de nós, nossos ideais, pensamentos e certezas. É uma ótima oportunidade pros admiradores se deleitarem em nossos defeitos e acusarem, criticarem sem misericórdia, mesmo que não digam, mesmo em pensamento. Sejam felizes, existem muitos subentendidos nas entrelinhas, me julguem ou identifiquem-se-

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Nana coração

Num vai e vem quase comovente
Uma cantiga de ninar é sussurrada
E ameaçando quebrar-se em sorrisos
As notas repetitivas vão tomando forma
Ao Diferenciar-se do nana neném
A cantiga torna-se de amor
E não me faz dormir
Não acalenta em nada
Pois papai não foi pra roça
Mamãe muito menos trabalhar
Você que foi embora
E só me deixou
Me deixou só


Por Jenifer Lima


- Não sei bem o que falar sobre esse poema, poucas coisas foram mudadas desde o rascunho inicial, e eu queria ter me dedicado em aprimorá-lo um pouco mais, porém foi como se o texto tivesse de ficar simples, rústico. E eu obedeci. -

Vontade

Quero criar um poema:
Qualquer coisa encantada e colorida que chame a atenção.
Quero resolver um dilema:
De qualquer jeito, apenas para facilitar.
Quero falar de sentimentos:
Então já não dá para embelezar.
Quero falar de mim:
Então já não dá para simplificar.
Ainda quero criar um poema
Eu não quero mais é tentar agradar.



Por Jenifer Lima




- eu nunca quis escrever nada para ninguém, tudo o que escrevo deve satisfazer primeiro a mim mesma, para depois atingir cada leitor, por isso não dedico nada a ninguém -

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O título sou eu

Minha escrita é feita de subentendimentos
Cada letra é um desejo, uma paixão
E cada verso é indiscretamente meu
Cada ideia, constituída de perda ou ganho de sorrisos
Minha escrita sou eu
Esmiuçada, disfarçada
E nem sempre bela
Meticulosamente composta de olhares
Minha escrita é minha utopia
Minhas ilusões, boas e ruins
São meus sonhos despertos
E meu sonhos, são feitos de lápis e papel


Por Jenifer Lima


- Sempre costumo dizer que eu sou o que escrevo, pois até mesmo nas controvérsias é preciso contrariar algo que eu acredito -

Quanto às palavras

Nas palavras encontro tudo
Deparo-me com o nada
Enigmas desvendáveis
Com tantas vertentes
Que qualquer resposta é relativa
Dizer muito em pouco
Dizer pouco nos desafios inexplorados
E das tais palavras
Sempre exigir mais
Que divirtam, não por escolha própria
Que impressione, não por egocentrismo
E que quem as conheça a elas pertença
Para que o efeito seja
Quanto ao mundo imprevisível das letras, fascinação
Quanto à sua dimensão, encantamento


Por Carolina Prado e Jenifer Lima



segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Conto de Bruxas

E se todo mundo conseguisse amar e ser amado para quem eu escreveria?
O que move o lápis é a necessidade do drama;
É a lágrima; a língua amarga;
Porque sem dor não há prazer;
Sem perda, não há encontro;
E sem o desencanto, não há inspiração.



Por Jenifer Lima

Happy Birthday!

Há dois anos (e dois dias), esse cantinho amigável, deixou de ser o simples Diário da Jeni, para evoluir majestosamente para o Minha Escrita, Nossas Letras!

E nada mais justo que, dar a esse aniversariante, o presente perfeito: mais postagens!
Estamos na semana de aniversário no blog e, nessa semana, confira textos feitos exclusivamente para essa comemoração.

Parabéns à Jenifer Lima e à Carolina Prado pelos textos, ao Danilo Alves pelo design e, principalmente, a todo mundo que já leu alguma postagem desse nosso lar, doce lar!

Bem-vindos à nossa Série Lápis e Papel

Clave de meu sol

Com um dedilhar
O piano se fez ouvir
Com um sorriso
Se fez sentir
Nossos corações em uníssono
Tua composição em mim
Nesse tom descompassadamente risonho
Nossos olhares vão de ré a ré
Revelam e retribuem
Unindo eu, você e notas
Num perfeito acorde
Meu sonho de apoteose


Por Jenifer Lima


- Santa vida de pré-vestibulanda! Após meses longe desse meu cantinho feliz, retorno com um poema que levei três meses para concluir. Não posso dizer que tive o resultado esperado, mas, de certa forma, foi interessante. -

Amável ódio

Eu odeio que sejamos tão iguais
Odeio que você brinque comigo dessa maneira
Odeio ser, por vezes, tão entregue nesse joguinho
Odeio ter que ouvir sorrindo dela
Odeio ser a amiga
Odeio rir quando quero chorar
E me odeio...
Por querer te ter por perto só para odiar mais um pouco
Eu odeio gostar tanto de odiar você


Por Jenifer Lima


- Sinceramente, eu nunca sei se gosto desse texto. Escrevi há muitos meses atrás e nao tinha coragem de postar, mas aí está e só posso dizer que o ódio é o melhor amigo do amor -

Recomendando...

Há tanto tempo eu não recomendo algo por aqui, não é mesmo?
Acabo de perceber que minha lista de sites continuamente visitados está menor do que eu pensava, mas, o link de hoje, é mais do que recomendado:

www.omundofastasticodajessyca.blogspot.com

Esse é o blog da minha irmã mais velha, e, sem querer que ela arrume a minha cama por isso, é extremamente descontraído e cheio de fofocas sobre o nosso ninho de amor, tudo isso com uma pitada de inteligência que faz dos textos interessantes (hermana, o pagamento é no fim do mês, né?)

Então é isso, aproveitem!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Infindável

Não se sabe ao certo onde, nem como
Só se sabe o porquê
Estranho? Incomum.
Assustador? Surpreendente.
Olhares... gestos... não explicam
O motivo é sentido, sem sentido
Incompreensível tanto quanto confuso
Incomparável tanto quanto...
Incomparável.
Abstrato e indefinidamente faz bem
Infinitamente... melhor dizer:
Completamente.

Por Carolina Prado

- Pode ser amor, pode ser Deus, isso se ainda não os consideras sinônimos perfeitos! (Não penso ser o meu melhor poema, mas o considero especial pelo contexto em que surgiu. Jenifer Lima e Nayara Ribeiro, amigas, esse é nosso.) -

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Você, escola

Desaprendi a andar quando teus olhos me ensinaram a flutuar
Desaprendi a caminhar quando teu sorriso me ensinou a agradecer
Desaprendi a falar quando teu sussurro me ensinou a gostar de ouvir
Desaprendi a ser eu quando passei a só pensar em nós
Mas não há problema,
Pois aprendi a amar quando tu me ensinastes a desaprender.

Por Jenifer Lima

- não sei se são só versos ou um poema repentinamente formado; a parte 'desaprendi a ser eu...' surgiu durante a escrita do poema Tentativa e após alguns dias tudo isso se formou num lapso. Para mim, foi simples e envolvente -

quarta-feira, 9 de março de 2011

Tão defeituoso quanto incompleto

Eu lembro do quanto falhou
Das tantas vezes que pensei que não faria o que fez
Que não brincaria com o disse
Que não agiria daquela maneira
Mas depois de errar ele ri
Ele sorri como se estivesse completamente correto
Isso o faz quase perfeito
Me faz gostar de seus defeitos
Afinal, se não os tivesse, ele seria inatingível
Me dá segurança o ver desse jeito
Incerto, inconstante, ilógico
Assim, também posso errar sem medo
E ainda assim, completá-lo comigo

Por Carolina Prado

- Defeitos não ignorados trazem esperança e mostram o amor sobre todas as coisas. -

terça-feira, 1 de março de 2011

Seus dedos

Quando seus dedos brincavam com os meus tudo mudava
As nuvens tomavam formas de super-heróis
Tudo na cidade brilhava como faróis
E o bem-estar me inundava

Quando seus dedos brincavam com os meus tudo acontecia
Um terremoto inteiro
Dos pés aos cabelos
A perna fraqueja, a voz silencia

Ainda hoje, quando seus dedos brincam com os meus tudo se contradiz
O certo vira errado
O ódio, amado
Eu, de anjo vou à meretriz

Oh, quando seus dedos brincam com os meus
Tudo o que menos desejo
Tudo o que mais tenho medo
É que depois venha o adeus

Por Jenifer Lima

- Metrificado demais? talvez. Bobo demais? talvez. Me lembra minha amiga, então me conquistou um pouco -

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Sinceridade absoluta

Me encontre dentro de teu ser
Pois sou réplica de teu caráter
Maquiada por minhas próprias perspectivas
Sou teu lado mais escuro
Sou o que há de pior no teu melhor
E, ainda assim, sou tua parte mais amável
Fria, reveladora, atraente
Sou tua sinceridade
Te construindo, elevando e te fazendo aprender
De forma única
Contigo mesmo

Por Jenifer Lima

- Valorizamos tanto a sinceridade sem perceber que é cruamente a pior parte do nosso melhor -

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Só mais uma cerimônia

Na igreja. Observando; calculando; recebendo cumprimentos. Nervoso, numa tensão que beira o desespero. A noiva entra e todos levantam-se. Eu apenas permaneço cumprindo papéis.
Se ela tão somente aparecesse aqui.
Se eu tão somente conseguisse ver aqueles lábios sempre vermelhos.
Seria o bastante para ter coragem.
O bastante para gritar "não!" quando o padre falasse o enfadonho "até que a morte os separe".
Mas ela não aparece e eu digo um miúdo "sim", desistindo de ser feliz. Anos mais tarde eu saberia que naquele exato momento ela estava desistindo de lutar contra o trânsito para chegar à igreja.
Essa é a vida formando três infelizes em um minuto só.
Mas eu... Eu sou só mais um

Por Jenifer Lima
- mais um conto, embora este seja mais frustrante e triste -

Os cinco sentidos

Dedilhando teu rosto
Com meus olhos fechados
Ouço com cuidado tuas palavras
Com o gosto delas
Durmo silente
Tentando transformar em sonho
Tua real presença
Para ter também no inconsciente
O doce aroma da tua volta

Por Jenifer Lima

- na verdade são seis sentidos: só com o amor o poema pode ser completo. É um poema simples, mas isso acabou sendo primordial -

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Opinião

É fácil perceber porque o simples e o improvável são tão duvidosos
Simplesmente aceitar o imerecido é contra o orgulho
A possibilidade da existência de um grandioso poder é muito abstrata
Mas não é pra entender o eterno enquanto tudo tem um fim
Não é lógico, é preciso.


Por Carolina Prado


- minha intenção foi escrever sobre o Ser mais essencial de forma adequada a qualquer pessoa, independente de religião, porque Deus é Deus. -

Atual paranoia

Se há duas opções, arrumo uma terceira
Se o prazo é agora, não escolho
Não reclame de inconstância
Vivo de indecisões
Confusão é o que sinto
E se as alternativas são vocês
Me escolho com a desculpa de precisar esquecer
Pois o que é mais incerto
É ter a certeza de amar duas pessoas certas
E no fim das contas
Nada na minha vida se acerta

Por Jenifer Lima

- sentimentos confusos não ficam claros nem em letras. Acho que foi isso o que eu quis passar -

Só mais uma pergunta

Quando criança perguntei à minha mãe de onde vinham os bebês. Ela, camponesa humilde, fingiu nem ter escutado. Insisti por todo o caminho e continuei ao chegar em casa. Mamãe era eficaz em me ignorar, mas papai não era assim.
- Do inferno! Os bebês vêm do inferno!
Naquele dia, fui dormir imaginando bebês recém-nascidos nadando no fogo do inferno. Levou um tempo para eu entender que era mentira, mas hoje em dia acho que um pouco da lava do submundo ainda corre em minhas veias.
Meu nome é Julian dos Reis, mas de rei não tenho nada. Nasci no dia 29 de fevereiro, portanto só faço aniversário a cada quatro anos. Odeio ar condicionado e adivinhe só com o que eu trabalho!
Mesmo assim, gosto de acreditar que sou só mais um...
Só mais um azarado no meio de tantos sortudos que não o sabem ser.

Por Jenifer Lima

- Com isso inicio a série de contos "Eu, só mais um" e realmente espero que gostem! Bem, só gostaria de avisar que estou finalmente de volta depois de férias muito merecidas para rever a família no nordeste deste nosso grande país. Prometo voltar com força total :* -

domingo, 9 de janeiro de 2011

Parabéns²

> domingo, 9 de janeiro de 2011

Um aniversário não é só mais um quando se tem o que comemorar, e nós temos!
Digo nós porque a sua vida se tornou parte da minha de forma que seu aniversário significa não só mais um ano, mas também mais uma oportunidade de nossa amizade crescer. Cresceu! E tem muito o que acontecer pra fazer com que ela fique ainda mais forte.

O tempo passa, as coisas mudam
mas quem ama permanece ligado
e mesmo que a distância um dia se faça presente,
somos amigas eternamente.

Parabéns Jenifer Lima!

Por Carolina Prado