Houve um tempo em que o sol fez birra, se
recusou a nascer. E foram dias a fio na escuridão. Além da escuridão, havia o
frio e esses dois elementos formavam a tristeza. A pobre garota já não sabia
quando era dia, nem quando era noite e sofria em silêncio enquanto via as
pessoas acenderem suas lâmpadas. Sua lâmpada não acendia, havia queimado há
anos e, por ter se afeiçoado ao sol, não comprara outra. Por causa disso,
entristecia ainda mais.
Entregaram-lhe uma lâmpada emprestada, mas a
tristeza apenas se multiplicou. Não era a mesma coisa. Os dias se passavam, as
flores murchavam e a grama dos parques secou. As pessoas já não saíam mais de
suas casas, fosse por causa da escuridão, fosse por causa do frio. E a garota?
Bem, a garota entristecia.
E entristeceu tanto que achou que não
aguentaria. Pensou ser seu fim, deitou no frio ensandecido, abraçou a escuridão
e esperou... esperou... até que dormiu. No dia seguinte, amanheceu. Amanhecer?
Ora, não foi o sol que resolveu sair, foi a pequena garota que refez seus dias,
apagou sua lâmpada emprestada e acostumou os olhos à escuridão. Não precisava
mais do sol, a garota aprendeu a ser dia.
Não houve felizes para sempre, nem príncipe
encantado, a protagonista estava longe de ser princesa, mas desse conto, a
menina gostou.
Por Jenifer Lima
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