Foi a garotinha quem tomou a iniciativa: após nossa troca de sorrisos, ela veio até mim e disse com convicção "quando eu crescer quero ser igualzinha a você". Pedi que, por favor, não. Não, não, não. Pedi pra ela escolher outra pessoa, pra ela rir mais, conversar mais, se encaixar mais, pra ela ser mais. Pedi pra brincar, correr, cair e superar; não levar nada muito a sério, viver de pôr-do-sol, de pote no final do arco-íris, de paredes desenhadas. Viver de graça. Com graça. Pedi, supliquei, até chorei, mas sem ela ver nem ouvir nada. No fim das contas, só falei que também queria ser igual a ela quando crescesse. O problema é que já não dá mais tempo de crescer. Nem de escolher.
Por Jenifer Lima
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