Não me parece uma boa desculpa e não é, mas eu reviro a casa e não encontro nada além de lembranças, ar perfumado e aquela droga de fio de cabelo que, se não fosse tão preto, poderia ser meu.
E dizer que estou com as mãos coçando de vontade de te ligar é pouco demais, assim como minha coragem de dizer logo de uma vez e a plenos pulmões que estou asfixiada pela saudade.
Saudade de qualquer coisa sua que não seja parecida com o grito da porta batendo e de suas coisas sendo levadas; qualquer coisa que não seja sua falta de sorriso, sua falta de carinho, sua falta de não me faltar mais.
Porque antes não me faltava nada disso, não me faltava amor. Porque o amor já esteve aqui do lado, com o braço estendido eu conseguia tocá-lo e ele era tão meu que não me deixava outra escolha a não ser ser dele também. E eu não queria outra escolha.
Eu quis ser sua quando você me disse que não sabia flertar do jeito mais encantador que existe, e eu quis ser sua quando você chorou escondido naquele filme bobo, quis ainda mais quando me fez cócegas sem saber que eu odeio, quis além das minhas forças quando você me disse que não podia ser meu por inteiro.
E eu ainda quero ser sua ao pegar esse fio de cabelo e jogá-lo pela janela.
Por Jenifer Lima
- "Sobre o que eu vou escrever se você for melhor que esperar por você?" Pois é, uso uma das frases do texto que mais amo da Tati Maravilhosa Bernardi para dizer que desde que o amor chegou na minha vida eu simplesmente escrevo porcamente, então fico sem coragem de postar algo aqui! E se a falta de criatividade é culpa do amor, a falta de tempo é culpa da USP. Então, após meses, volto com um texto xoxo e que eu gostaria de ter trabalhado de forma mais rigorosa. -
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