domingo, 17 de novembro de 2013

Feliz


Mente anuviada por incertezas
Inseguranças que a própria vida dá
A vontade é ignorar as tristezas
E deixar o silêncio falar

Mas já que ele não fala
Ou talvez eu não o queira ouvir
Vou deixar esse sorriso de lado
E de verdade minha dor sentir

Fatiguei-me de tanto esconder
O que eu tinha a oferecer
Eram lágrimas de pesar e medo
Pelos erros que me fiz cometer

O bom é que o tempo passa
Mesmo estando no mesmo lugar
E o melhor é que as coisas mudam
Dependendo de como eu olhar 

Entendi que nem tudo são flores
E que o mundo não é cor de rosa
Mas sei que ele pode ser doce
Se ao menos eu for corajosa

Corajosa não pra encarar
Não pra ter peito e enfrentar
Corajosa, sim, para amar
E saber em quem confiar

Bem sei que não tenho forças
E que a dor não é evitável
Mas conheço qual é a fonte
Da alegria inabalável

Por Carolina Prado

Sobre mim


Não consegui escrever. Esperei por qualquer lapso de criatividade que o sofrimento me proporcionasse. Não veio. Eu estava pequena demais para escrever. Essa é a beleza da dor. Ela nos diminui até cabermos numa palavra, num canto, numa lágrima fina que escorra sem vontade. Lá estava eu, miúda, esperando que nevasse ou que acontecesse qualquer coisa que me surpreendesse. Não aconteceu. Pela primeira vez, eu ansiava por algo que quebrasse o que eu havia planejado, mas a única coisa que quebrou fui eu. Em estilhaços tão finos que cortariam quem me envolvesse em seus braços. E mesmo assim, eu queria tanto.
Que engraçado, está nevando.

Por Jenifer Lima