"Ele está contando silenciosamente: uma, duas, três portas. a quarta deveria fazer seu coração palpitar, mas era na terceira que a sua cabeça estava."
Sua história estava sendo contada ali? Folheou algumas páginas levantando poeira delas e não pode deixar de lembrar-se dela.
- Bom dia, eu sou a sua vizinha - ela sorriu tímida apontando pra port ao lado, onde ele sabia que ela morava. - Meu aspirador de pó quebrou e eu preciso de outro urgente, será que o senhor poderia...
- Claro, claro - emprestou o aspirador e ela logo devolveu, mas sua razão ela nunca mais lhe retornou.
"Amante não é um bom adjetivo para ela. Seu corpo é viciante, seu sorriso sufocante, seus olhos delirantes."
E sua esposa é apenas mais uma, ele completa em pensamento concordando com o livro, amante não é um bom adjetivo. Ela, por si mesma, é o melhor adjetivo. Ao chegar à pousada é na segunda porta que ele entra para, depois da cortina, encontrar seu erro mais gostoso de cometer.
"Porém, na porta certa está o perigo. Trabalha fora o dia todo e ele pensa que não vai descobrir."
Bastou apenas um dia, um deslize. Seu filho estava passando mal, a garota da porta certa foi pedir ajuda à da errada. Ela descobriu.
"Ele descobriu que nunca quis a porta errada. Apenas atração..."
- Eu estou indo embora - ele levanta de sopetão ao ouvir a voz da esposa ecoar na pousada. A amante já havia partido no dia anterior.
"Era o fim. Não havia mais erros, nem acertos, nem mesmo portas. Apenas ele, vazio, chorando."
Ele enxuga as lágrimas e fica no corredor encarando as duas portas, sem ninguém.
Por Jenifer Lima
- hola muchachos y muchachas... eu sei que faz tempão que não venho aqui, desculpem. Resolvi postar essa narrativa pq achei que ficou criativa pra quem teve que criar a partir de 4 versos de um poema. Foi um trabalho de escola... espero que gostem e eu espero não abandonar vocês. Mas os estudos deixam essa opção pouco provável =\-
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