Ao sorridente, ao que
faz sorrir, ao que me sentiu, ao que me partiu: me mantenha. Perto, a léguas,
inteira, esfacelada. Apenas me mantenha. Já não me animo aos rumores de boas
notícias, já não me levanto para olhar o que há de novo pela fresta, já não combino
com palavras abruptas, vontades bruscas. Não quero a surpresa de te ver chegar nem
o martírio de te ver ir, quero a continuação deste segundo no próximo, quero
dias com bordas amareladas, o encanto inesgotável de folhas que, de tão lidas e
lindas, incham os livros.
Publique no jornal de
hoje, só quero ler o de ontem. Por favor, não publique sobre mim. Não me peça
pra mudar de página, de cara, de cadeira, de planeta. Não me peça, não me
impeça. Mudei na velocidade da luz, paralisei pela força do vento e mais do que
tudo, me cansei das tempestades. Abra a janela, conserve nosso clima, nossa
estática, nossa química.
Me mantenha ao seu
dispor, me mantenha ao seu impor, me mantenha ao seu amor.
Por Jenifer Lima